Top 10 Vitralizado 2014: O retorno de Bill Watterson

Ok, não foi exatamente o retorno que gostaríamos. O autor de Calvin e Haroldo não lançou uma nova série e nem abadonou a reclusão iniciada em seguida ao fim de sua obra-prima. Ainda assim, em nenhum ano desde 1995, quando foi publicado o painel derradeiro de Calvin, tivemos tanta notícia e vimos tantos trabalhos de Bill Watterson quanto em 2014. Por coincidência, em janeiro publiquei uma matéria chamada Calvin Vive, sobre os 18 anos do encerramento da obra, o documentário Dear Mr. Watterson e os vários relançamentos plenjados para o quadrinho. Não poderia imaginar que aquilo tudo era apenas a ponta do iceberg.

Stripped

Em fevereiro foi publicado o cartaz de Stripped, um documentário sobre tiras publicadas em jornais. Além de terem conseguido um depoimento de Watterson para o filme, os diretores Dave Kellett e Fred Schroeder conseguiram uma arte exclusiva do quadrinista para o pôster da produção. Um mês depois, Watterson foi protagonista de uma exposição dedicado à sua obra na biblioteca da Universidade de Ohio. Junto com a mostra veio mais uma rara entrevista do artista.

Junho trouxe o mais inesperado dos acontecimentos relacionados a Watterson em anos. Ele ilustrou três quadros da tira Pearl Before Swine, de Stephan Pastis. Contei a história aqui. O melhor do depoimento de Pastis em seu blog, quando ele revelou a participação de Watterson em sua hq, diz respeito à dinâmica do trabalho de seu ídolo e a preferência do pai de Calvin por uma linha de produção extremamente analógica.

Watterson2

Escolhido como um dos artistas homenageados da 42ª edição do Festival de Angoulême, Watterson foi o responsável pela arte do cartaz do evento. Divulgada no início de dezembro, a ilustração consiste de um painel dividido em 15 quadros, mostrando o destino desafortunado de um leitor de quadrinhos. Foi a cereja no bolo de um ano com mais trabalhos do quadrinista do que praticamente tudo feito por ele em seguida ao término de Calvin. Não faço a mínima se ele manterá esse pique em 2015, mas fico aqui torcendo e cogitando: não estaríamos vendo uma agitação criativa de Watterson? Será que não podemos sonhar com outras publicações além de pôsteres, entrevistas e algumas brincadeiras esporádicas? A verdade é que acho que não. O ano foi atípico e tudo que vier de Watterson relacionado a quadrinhos deverá ser nessa mesma vibe. Ainda assim, cara, não custa sonhar, né não?

BWAngouleme


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