Sábado (16/12) é dia de lançamento de O Maestro, O Cuco e A Lenda, de Wagner Willian, em SP

O Maestro, O Cuco e A Lenda nem bem saiu em português e já teve seus direitos comprados para publicação na França pela gigante Casterman. Tremendo feito do quadrinista Wagner Willian. Então caso você não tenha adquirido o livro na Comic Con Experience, sábado agora (16/12) rola mais um lançamento do quadrinho, dessa vez na loja da Ugra, aqui em São Paulo, a partir das 16h, com a presença do autor para sessão de autógrafos.  Você encontra outras informações sobre lançamento lá na página do evento no Facebook. Aproveito a deixa pra reproduzir parte de uma entrevista com Willian feita para a minha matéria pro UOL sobre gibis lançados na CCXP 2017. Ó:

“Se você tivesse a chance de conhecer e dominar todo o processo que envolve o seu trabalho, você a desprezaria?”

Você lembra do instante em que teve a ideia de criar O Maestro, O Cuco e A Lenda? Qual é a origem da história?

Nitidamente. Estava imerso em uma história sobre um velho caçador e lendas antigas, intitulada Silvestre. Uma das lendas era justamente a do cuco. Achei que essa lenda merecia um livro à parte. A princípio, um livro infantil de 32 páginas. Mudei o estilo e subi para 40. Quadrinizei para 80. A coisa foi ganhando vida própria, ramificando-se em 140, 160… Encontrou sua forma ideal como a planta que enfrenta as rochas em busca do sol, 208 páginas.

Em seguida a Lobisomem Sem Barba pela Balão Editorial e Bulldogma pela Veneta, você tá publicando o Maestro por uma editora própria, com o auxílio do Proac. O livro ainda não saiu, mas como você avalia essa experiência de pensar sozinho a produção, a edição, a distribuição, o lançamento e todos as demais etapas que envolvem a produção de uma HQ?

Tenho esse problema, não consigo me desprender do livro mesmo depois de enviado às editoras. Por isso estive à frente da divulgação deles. Com o Flerte da Mulher Barbada (Veneta) aprendi a finalizar o livro da forma que se envia à gráfica. Com Proac nas mãos, cheio de curiosidade e espírito aventureiro, vi que podia atravessar essa porta que separa autor de editora. Se você tivesse a chance de conhecer e dominar todo o processo que envolve o seu trabalho, você a desprezaria?

O Maestro é muito diferente do Bulldogma. São ambientações, personagens e até estilos de ilustração muito distintos. Era importante pra você criar uma obra que se distinguisse de tantas formas de seu trabalho prévio?

A única coisa que importa é a obra em si. Histórias em quadrinhos são linguagem. E a beleza e até eficiência de uma linguagem está em alinhar o conteúdo da história à forma em que ela é contada. Se para isso, tiver que mudar radicalmente meu estilo, não só de desenho mas de narrativa também, eu o farei. Não me preocupo nem um pouco se meu trabalho mais recente destoa de todo o resto. Tem mais é que ser assim mesmo. A não ser que esteja fazendo uma série.

Você tem sido presença constante em eventos de quadrinhos nos últimos anos. Dessa sua experiência, o que você vê de mais interessante na cena brasileira de HQs?

Além de muita coisa sendo produzida e muito coisa boa, não é de hoje que os financiamentos coletivos tornaram a autopublicação mais fácil. Nisso, vejo um movimento interessante também de autores que passaram por grandes editoras, migrando para o independente ou mesmo, criando suas próprias editoras.


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