Patience, A Gigantesca Barba do Mal e Desconstruindo Una: a Nemo promete três grandes lançamentos para breve

Tenho visto certo consenso em relação a uma suposta calmaria de lançamentos de quadrinhos estrangeiros por aqui em 2016. Há poucos meses fiz um balanço e listei como destaques o relançamento de Sopa de Lágrimas, a coletânea de Vida no Inferno, a publicação de Sheraz-De do Sérgio Toppi, o segundo volume de Uma Vida Chinesa e a continuação de Um Árabe do Futuro. Desde então ainda foram lançados o Reportagens do Joe Sacco e o incrível Sendero Luminoso. Para outubro a Companhia das Letras prometeu o Seconds do Bryan Lee O’Malley (Repeteco por aqui) e a Veneta anunciou há pouco o excelente Hip Hop Genealogia.

[Atualização #1: fui informado que Patience será o primeiro lançamento da Nemo em 2017.]

[Atualização #2: esqueci de citar This One Summer, que foi anunciado pela Marsupial, mas ainda não teve sua data de lançamento revelada.]

Daí que nos últimos dias a Nemo deu três cartadas que podem dar outro peso pra esses últimos meses de 2016. Como prometido no final do ano passado, o incrível Becoming/Unbecoming Una da quadrinista inglesa Una sai por aqui em breve com o nome Desconstruindo Una. Pelo Facebook disseram que A Gigantesca Barba do Mal do Stephen Collins não demora pra chegar às livrarias. Aí quebraram tudo com um teaser em formato de gif revelando que eles serão a casa de Patience do Daniel Clowes aqui no Brasil [OBS: veja a atualização acima].

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Vejo um imenso diálogo do livro do Collins com alguns trabalho do Italo Calvino, o que vai encantar muita gente. No entanto, o álbum da Una e a HQ do Daniel Clowes estão completamente fora da curva. Becoming/Unbecoming é uma obra sobre uma garota crescendo em um ambiente de violência e misoginia na Inglaterra do final dos anos 70/começo dos 80. Patience é das obras mais ousadas de um dos autores mais vanguardistas de sua geração. São trabalhos que dialogam com o que considero de mais interessante nos quadrinhos hoje: investimento em linguagem e diferentes formas de ativismo e posicionamento político. Dois títulos que prometem mexer bastante nas listas de melhores lançamentos do ano de muita gente. Agora só falta saber se a Companhia das Letras ainda lança o Here até dezembro, porque aí não tem nem graça a disputa de melhor do ano.

Z-Barba


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