Argo: Affleck Contra-Ataca

Escrevi pro Divirta-se sobre Argo, novo do Ben Affleck. Filmaço.

Os três núcleos que compõem o enredo de Argo são conectados pelo espião norte-americano Tony Mendez, interpretado pelo diretor da produção, o ator Ben Affleck. O drama político, candidato potencial ao Oscar 2013, é ambientado em três lugares distintos: no Irã pós-Revolução Islâmica (1979), na Los Angeles ensolarada e ostensiva da indústria cinematográfica, e na burocrática sede do serviço secreto dos Estados Unidos, a CIA.

O longa é baseado em um livro homônimo, escrito pelo Mendez verdadeiro, que de fato foi espião da CIA e executou a operação filmada por Affleck. A missão foi realizada em 1980 com o aval do então presidente dos EUA, Jimmy Carter. Em seguida à Revolução Islâmica, o espião foi convocado para elaborar um plano de resgate a seis americanos escondidos na embaixada canadense no Irã.

Mendez, então, forja a pré-produção de um filme de ficção científica em território iraniano. Para fugir de Teerã, os refugiados fingem ser pessoas relacionadas às filmagens, como o diretor de fotografia e o roteirista. E, para que a mentira soe real às autoridades iranianas, ele abre uma produtora e organiza uma festa marcando o início das filmagens. Depois, Mendez embarca para a Ásia.

O elenco reunido por Affleck garante transições sutis a cenários extremos. Alan Arkin e John Goodman interpretam figurões hollywoodianos, com falas bem humoradas. “Sua preocupação é o aiatolá? Você não conhece o Sindicato dos Roteiristas”, provoca o personagem de Arkin.

Ode aos filmes produzidos na Hollywood dos anos 70, ‘Argo’ é o terceiro longa dirigido por Affleck e redime algumas escolhas do ator – como os péssimos ‘Contato de Risco’ e ‘Demolidor’, ambos de 2003. Vencedor do Oscar de melhor  roteiro aos 25 anos, por ‘Gênio Indomável’ (1997), Affleck demonstra sua bagagem ao misturar referências de ‘Star Wars’ (1977) e ‘Os Caçadores da Arca Perdida’ (1981) a movimentos de câmera assumidamente copiados de ‘Todos os Homens do Presidente’ (1976). Dramático e cômico na medida certa, ‘Argo’ é dos pontos altos de 2012.


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